Pelo não-ser humano que eu já sou

Se passaram quatro anos agora
A mim, me parece que fui forte, no princípio
Cada palavra era consciente e precisa
E os sentimentos tão seguros, apesar de tudo.
O abandono não pôde levar ao desespero;
Ao contrário, encorajou a força.
Mas se passaram quatro anos agora
Então as mãos se cansam de tapar os olhos,
Que quanto mais veem, mais querem ver
Não mais só o que é bom e sublime
Mas toda a tão sincera indiferença.
Olhos inescrupulosos
Adentram fundo o todo
Para ver a crueldade.
O todo se torna o avesso
E o cansaço cresce
De dentro pra fora.
Quatro anos se passaram
Em todas as vidas, de todas as pessoas
Que envelheceram tanto,
Que agora não se parecem mais
Porque o tempo soube separar.

"E é quando a força e a coragem se transformam em seus opostos na solidão.
E quando uma traição tem força suficiente para desencorajar toda a confiança."

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